Anualmente,
a Feira do Livro é palco de muitas histórias. Algumas delas, inclusive,
ficam eternizadas em livros, como é o caso de “O menino das palavras” (Editora Galpão), de Anna Claudia Ramos. A escritora e ilustradora carioca conta como nasceu a ideia:
“Em
2001, participei da Feira do Livro de Porto Alegre, realizada pela
Câmara Rio-Grandense do Livro. Um dos projetos de leitura da Câmara é o ‘Adote um Escritor’,
que promove o encontro de leitores com escritores. Estes são “adotados”
por uma escola e vão até lá bater papo com as crianças e jovens e ver o
resultado do trabalho que os leitores fizeram com sua obra. Esse ano,
fui à Escola Municipal de Ensino Fundamental de Surdos Bilíngue Salomão Watnick
e fiquei muito impressionada com o trabalho que havia sido feito para
que os alunos absorvessem ao máximo o conteúdo dos meus livros. Saí de
lá profundamente emocionada com tudo que vi, vivi e senti. Aqueles
alunos e toda a equipe de professores e coordenadores despertaram o meu
olhar. Saí de lá prometendo que faria alguma história para devolver a
eles tudo que havia recebido naquela manhã. A ideia ficou guardada. Em
2013, minha editora, Susanna Florissi, da Galpãozinho, me contou uma
história de seu irmão Aldo, quando ele era menino. Achei que o fato
narrado dava uma história, mas também guardei a ideia em mim. Somente no
final de 2013, durante uma palestra com tradução simultânea para
LIBRAS, me ocorreu como poderia juntas as duas histórias. E assim foi
feito. Isso tudo é resultado de como um Projeto de incentivo à leitura
pode trazer resultados surpreendentes”.
Segundo ela, “O menino das palavras” é fruto desse encontro com leitores. É um filho do programa de leitura ‘Adote um Escritor’!
Mais sobre o livro
O
livro conta a história de Aldo, um menino curioso, que falava sem
parar, o tempo todo. Esse comportamento trazia problemas a Aldo na
escola e ele vivia ganhando broncas porque não ficava quieto. Como
resposta às reclamações que recebia, dizia à sua mãe que a culpa era das
palavras: elas "saíam" da sua boca quando a abria!
Um
dia, Aldo conhece Maria, uma menina muito diferente de todas as
crianças que ele conhecia. Maria se comunicava por meio da linguagem de
LIBRAS. Aldo nada sabia sobre a linguagem dos sinais. E as palavras que
ele tanto amava de nada serviam para se comunicar com a nova amiga.
Aldo, então, teve que aprender a falar de um jeito novo e criar novas
possibilidades para brincar e ser feliz ao lado de Maria.
Autora Anna Claudia Ramos. Reprodução do site da CRL